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Entrevista de Demi Lovato à Nylon Magazine


                                                                                                                     
Todos nós nos lembramos de quando Lindsay Lohan foi intimidada pela Regina George em Garotas Malvadas. Elas estavam certas: o termo “vá buscar” nunca chegou a pegar, mas nosso filme favorito com a Lohan toca em algo real: o bullying absurdo entre garotas. Demi Lovato e o desodorante Secret está agindo contra esse drama ao iniciar a campanha “Mean Stinks”. Sim, ele dá às meninas um novo anti-transpirante (chamado Fearlessly Fresh), mas também incentiva as jovens a conspirarem pelo bem. E se você está procurando por um lugar seguro para desabafar e buscar ajuda, eles oferecem isso também.

Nós já estivemos lá e podemos prometer que garotas malvadas não se dão melhor. Demi conversou conosco sobre como ela foi intimidada, como isso a afetou e como ela conseguiu superar. Confira:

NM: Como você ingressou na campanha anti-bullying da Secret?
DL: “Eles me contataram porque sabiam que eu sou uma ativista anti-bullying. Isso foi algo que eu experenciei e que afetou a minha vida, então eu queria ter a certeza de que mais pessoas ficarão conscientes de que fofocar e espalhar rumores e coisas do tipo é um mal. Coisas que meninas provavelmente achavam que era inocente na escola, na verdade, levou a criação de problemas que me afetaram ao longo do tempo. Eu realmente uso Secret, então foi legal eles me proporem isso. Nós realmente acreditamos na tentativa de conscientização sobre o bullying. Achamos que esta seria uma oportunidade perfeita para repassar a mensagem. E mesmo que a campanha se chame ‘Mean Stinks’, o desodorante cheira muito bem!”

NM: Tenho certeza de que você já está cansada de falar sobre isso, mas você pode nos falar sobre o que aconteceu?
DL: “Claro! Eu fui intimidada – e não estou tentando bancar a vítima. Quando se tem 12 anos, você se envolve em fofocas, rumores e coisas do tipo, então eu sofri bullying por alguma razão. Tenho certeza de que eu fui uma pestinha no passado, mas ninguém merece ser intimidada na medida em que eu fui. Elas tinham uma parede chamada ‘Ódio da Demi’ no banheiro onde escreviam coisas como ‘Demi é uma prostituta’ e ‘Demi é uma vadia’.”

NM: Você foi intimidada por garotos ou por outras garotas?
DL: “Pelas meninas. Isso era no banheiro feminino. Acho que eu tinha acabado de dar o meu primeiro beijo alguns meses antes, por isso não fazia sentido. Isso não me incomoda mais, mas elas me perseguiram até um banheiro e me criticaram horrores. Elas fizeram uma petição na qual escreveram várias coisas desagradáveis em um pedaço de papel para que todos assinassem. Na época, eu estava realmente confusa sem saber porque eu estava sendo intimidada, então eu fui vítima das coisas que elas diziam sobre mim. Eu pensava ‘acho que estou sendo intimidada porque sou uma puta’. Eu levei essas coisas em consideração porque eu estava tão confusa a respeito do porquê daquilo estar acontecendo. E um dos motivos pelos quais pensei que elas estavam me ameaçando e de que eu não tinha amigos era porque eu era chamada de ‘gorda’. Logo depois que passei a ser intimidada, parei de comer e perdi 13 quilos. Fiquei realmente doente e isso é algo que tenho que lidar até hoje. Acabei indo a tratamento quando tinha 18 anos. Acho que essas garotas sequer perceberam o quanto elas me afetaram quando eu tinha 11, 12 anos ou o quão sério foi. Você acha que é só uma fofoquinha entre amigos e que não é prejudicial.”

NM: Por que você acha que o bullying tem chegado a ser tão ruim?
DL: “Acho que isso atingiu um novo nível por causa do cyber bullying. Eu conheço um monte de adultos que falam sobre o bullying e dizem ‘nós tínhamos um valentão na época da escola.’ Você pode dizer várias coisas atrás da tela de um computador que vai machucar outra pessoa e é constrangedor porque é na frente de tantas outras. Assim, se alguém diz algo sobre você no Twitter, muitos vêm. Isso também tem a ver com reality shows da TV que são todos sobre encrencas.”

NM: Isso cria uma cultura de crueldade.
DL: “Exato! Criando uma cultura crueldade. Isso vai influenciar jovens garotas que estão assistindo esses programas porque eles ensinam que o drama é algo emocionante. Eu aprendi a me cercar de pessoas positivas que não se envolvem com fofocas ou drama – e isso é mais emocionante do que ter que lidar com tudo isso.”

NM: E nós somos tão frágeis nessa idade, o que torna as coisas ainda mais difíceis.
DL: “Você está crescendo, seu corpo está mudando. Você realmente não descobre quem você é quando se tem 12 anos de idade, mas você tenta descobrir em qual tipo você se encaixa e quem são os seus amigos. Eu passei por diversas fases: uma gótica, uma sofisticada... mas agora descobri quem eu realmente sou. Eu tenho muito o que aprender, mas estou em um estágio bastante feliz no momento.”

NM: Então você descobriu quem você é? Quem é essa pessoa?
DL: “Quando você tem um bom senso das seus morais, quais são seus valores, como você deseja tratar as outras pessoas, o que é importante para você e o que você ama, então você tem tudo sob controle.”

NM: Então você decidiu que você não precisa se rotular como “gótica” ou ser parte de um grupo específico?
DL: “Não. E não se trata de rótulos. Alguns dias eu gosto de usar tudo preto; em outros, gosto de não usar maquiagem e parecer uma Hippie. O meu estilo muda. No dia-a-dia eu sou coerente com a minha moral, com as coisas nas quais eu acredito – nas minhas paixões e nos meus passatempos. E sou harmônica com os meus amigos e com a minha família também.”

NM: Você já recebeu algum feedback (resposta) de algumas das garotas que se identificaram com você como modelo a seguir ou cujas vidas você impactou?
DL: “Houve meninas que eu já conheci nos meus shows e nos meet & greets que me disseram que eu influenciei suas vidas por ser uma inspiração – tipo, por ser vítima do bullying e deixar as pessoas saberem o quão sério isso é. Isso significa o mundo pra mim. Também se trata de ter primos dessa idade, ou outras garotas na minha vida que correm o risco de serem intimidadas. Eu me sinto muito protetora delas. Tenho uma irmãzinha, e uma prima que passaram por essas coisas. Foi incrível eu ter sido capaz de ajudá-las. Estou contente por ser capaz de fazer isso.”

NM: A sua carreira e a sua fama te ajudaram a fazer as mudanças que você queria fazer?
DL: “Eu mudei e vou continuar mudando. Ninguém permanece o mesmo. Assim, a pessoa que eu era seis meses atrás não é a mesma pessoa que eu sou hoje. Mas é só porque eu tenho continuado a trabalhar em mim e a ser melhor para mim mesma. Tenho aprendido mais sobre o que é importante para mim. Aprendi que a minha família é mais importante do que qualquer carreira profissional. Eu descobri os meus objetivos. E realmente não gosto mais de cantar mais certas músicas porque elas são muito pop e elas não expressam que você é musicalmente.”

NM: Você quer mudar completamente de gênero? Ou você quer continuar pop, mas com um som mais maduro?
DL: “Sim, ainda vou permanecer no pop. Mas quero ficar longe da música eletrônica e do dubstep. Quero ouvir música com instrumentos de verdade no rádio. Acho que existe uma maneira de combinar isso com ritmos cativantes. Divertido. Assim como faz a Gotye e a Taylor Swift – ainda há instrumentos nas canções dela.”

NM: Qual é o único conselho que você daria para as meninas para ajudá-las a se defender?
DL: “Você não tem que se defender – isso realmente se trata de virar a cara. É mais fácil dizer do que fazer, mas a minha mãe me disse isso e é verdade. Quando você não os dá uma reação, eles não ficam satisfeitos em te ferir, porque você não demostra que isso está te machucando. Aguente e conte a alguém. Mas não desça ao nível deles. Tente transformar isso em motivação concentrando-se na sua escolaridade, em seus passatempos favoritos ou na sua paixão. Eu fiz isso com a música quando fui intimidada. Eu ignorei. Depositei toda aquela energia negativa e usei todo o meu tempo livre para me tornar uma musicista e uma atriz melhor. E hoje eu estou aqui! Concentre-se nas coisas que você ama e talvez um dia você vá acabar na mesma situação que eu.”

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